A comunicação e o ato de se comunicar é um processo tão natural que, de forma prática, o definimos como uma troca de informações, palavras e símbolos, sem buscar compreender a etimologia deste termo.
“Comunicação” tem sua origem na palavra latina communio, que também aparece no radicalde communitas, traduzida ao portuguêscomo “comunidade” - tema desenvolvido por Maurício Liesen, professo runiversitário e pesquisador da área.
A partir desta introdução, podemos entender que a comunicação se constrói na comunidade: não é possível comunicar algo de forma efetiva sem o apoio e a abertura da comunidade. As redes sociais são um exemplo e, na Comunicação Interna, não é diferente.
Para a maioria das empresas, é comum centralizar a produção de conteúdo de CI nos colaboradores desta própria área, principalmente pela praticidade de fazê-lo no dia a dia.
Porém, dados da Disrupting the Function of IC afirmam que 60% dos colaboradores dão mais crédito quando falam com pessoas que estão no mesmo nível hierárquico que elas. Ou seja: quanto mais o colaborador se identificar com quem está comunicando, maior será a sua recepção àquela mensagem.
Dito isso, entendemos que, envolvendo os colaboradores naprodução de conteúdos, diversificando as áreas e trazendo horizontalidade para essa comunicação, mais humanizada ela será e consequentemente, mais colaboradores se identificarão com ela. Afinal, eles fazem parte da mesma comunidade de quem comunica.
Um dos meios adotados por muitas empresas para este objetivo são os Programas de Influenciadores Internos.
Antes de expandirmos este conceito, precisamos compreender seu principal aliado: o Marketing de Influência. Essa é uma das principais estratégias utilizadas pelas marcas nas redes.
Segundo um levantamento feito pela Com score, divulgado pela Forbes, o Brasil é o 3º maior consumidor de redes sociais no mundo e cerca de “73%dos brasileiros já compraram influenciados por alguma personalidade digital”, conforme dados do Sebrae.
No cenário corporativo, os números seguem similares, já que, o mesmo perfil que acessa as redes sociais e que realiza compras online é, em grande parte, o perfil dos colaboradores atuais.
Neste contexto cada vez mais tecnológico, iniciativas humanizadas ganham destaque quando o foco é chamar a atenção do público, não somente nas redes sociais, como também, nas estratégias de endomarketing, com a criação dos chamados “programas de influenciadores internos”, por exemplo.
De maneira geral, influenciadores internos são colaboradores reais de uma empresa que possuem perfil de influência entre os colegas. É aquele funcionário que, muitas vezes, naturalmente, mobiliza e influencia o comportamento dos demais.
Essa descentralização da produção de conteúdo e o exercício da influência, foram uma das principais tendências para 2023, de acordo com a Aberje, e podemos dizer que continua sendo neste ano.
Com a estratégia de influenciadores internos, todos podem ser emissores e muitas empresas têm acreditado nela. Ainda segundo a Aberje (2023):
• 28% das companhias participantes orçaram implantar o programa de influenciadores;
• 30% planejam manter o mesmo orçamento;
• 8% aumentaram o investimento nesta iniciativa.
Conforme falamos, o programa de influenciadores internos é uma estratégia efetiva que traz importantes resultados à Comunicação Interna. Conheça os principais:
Em qualquer mensagem: quanto mais próximo for emissor, maior será a retenção. Por isso, influenciadores internos podem ser um excelente recurso para o engajamento dos demais.
Influenciadores internos são excelentes aliados da cultura organizacional. Ao transmitirem os valores da companhia de forma natural e com entusiasmo, motivam seus colegas a fazerem o mesmo.
Colaboradores que influenciam os demais, geralmente, já possuem esse traço em sua personalidade; é algo natural para ele. Assim, o interesse em participar do programa e construir essa jornada de forma individual surgirá quase que naturalmente, servindo, também, como ferramenta de reconhecimento à capacidade desse colaborador.
Da mesma forma que a cultura - quando expandida para canais externos de comunicação da empresa - influenciadores internos podem ser excelentes para fortalecer o Employer Branding da companhia. Hoje, muitas empresas investem nesta ferramenta por meio de perfis corporativos no Instagram, por exemplo.
Aqui, vale retomar o primeiro tópico que abordamos: a comunidade; a comunicação é mais efetiva quando “pessoas falam com pessoas”. Porém, quando elas compartilham a mesma comunidade, têm rotinas similares, dividem o mesmo espaço e possuem algo em comum, mais se identificam com quem comunica e, consequentemente, maior será o senso de pertencimento e retenção daquela mensagem.
Muitos insights e, provavelmente, os mais ricos, acontecem em conversas do dia a dia, em uma troca de mensagens ou bate-papos no almoço. Logo, o colaborador-influenciador pode ser um importante canal de transformação.
Neste cenário onde é praticamente impossível não citarmos a influência da Inteligência Artificial, podemos concluir que ela também é uma ferramenta poderosa neste processo, principalmente para a análise de dados e segmentação. Mas quando o assunto é o relacionamento e a transformação, o ser humano continua sendo o protagonista.
Então, ✨ a dica de ouro✨ é: mesmo na era da Inteligência Artificial e dos influenciadores nas redes sociais, mantenha sempre os colaboradores como os protagonistas de suas estratégias.